7.7.10

sufocando

sufocando.
essa é a definição do momento:
sufocando.
não sufocando com um pano na cara.
ou sufocando com um saco na cabeça
não.
não sufocando tipo afogando.
ou sufocando em um ambiente em chamas
não.
é sufocando como em um lugar aberto.
seu pulmões estão bem,
seu rosto está livre, seu corpo todo está!
e sufocando porque acabou o ar.
a definição mais simples de sufocar.
você não pode consertar, ajeitar,
resolver ou melhorar
não há ar!
sufocando.
simples assim.

5.7.10

férias no céu

nenhuma promessa foi mantida,
as novas seriam desacreditadas.
o frio é bom em mostrar sua solidão
e as lágrimas descem mais fácil na água.


a vontade de ter se contrapõe ao medo
porque nunca é fácil não ser 'aquela'
o peito dói como se fosse oco
e os sonhos sempre me pregando peças.


não posso dormir quando anoitece
e de manhã nunca quero acordar
um dia longo pra um descanso curto
queria o céu e me mudar pra lá


alguém pode me ajudar?
eu não sei pra onde ir.

com você e comigo

sem que você saiba,
acompanho seus sucessos.
eu ainda pergunto de você...
sorrio ou choro a cada escolha sua.
eu te defendo de qualquer um.
e as conversas sobre você
são sempre em maior número do que eu queria...
não fujo delas também.
não mais.
a diferença entre o antes e o agora
é que tô mais preocupada comigo.
preciso reencontrar o eixo
mesmo se nunca tive um
se quiser ao menos ter paz...
ainda que sozinha.
e eu ainda espero uma ligação
ou uma visita no meio da noite
ainda espero que tudo dê certo
mas não tô com você nisso agora.
preciso me ajudar comigo
e tô sozinha nisso agora.

31.5.10

o dia que apaguei os anjos

era mais um domingo
ele adora explorar esse dia
eu o conhecia muito bem
quem esperaria um soco dali?
mas isso não era garantia...

fui atingida em pleo voo
um bom conselho?
não confie nas asas de ninguém.
não havia nada a se fazer então...

lamentei a desilusão de um protetor
me lavei e enxaguei do cheiro dele
desfiz todas as conexões materiais
e enfim, fui andar sozinha.

quem era ele?
meu anjo da guarda.
só mais um pra me acertar
quando eu esperava proteção.

7.5.10

o fim em clausura

era uma vez uma ave.
raça indefinida.
talvez um misto de todas elas.
ela adorava cantar,
adorava voar.
não precisava viver presa.
ela tinha liberdade de ir e voltar
e ela sempre voltava.
no dia seguinte e no outro
e às vezes até nas noites.
ela tinha um rapaz por ela,
não tinha medo,
não era triste,
nunca estava só.
ela cantava o tempo todo,
pousava nas mãos do rapaz
e descansava.
dormia por perto,
acordava feliz.

eles tiveram um problema.
se afastaram.

agora ela não canta mais,
ela não voa pra canto algum,
ela tem medo,
e está o tempo todo em solidão.
ela não volta mais.
e o descanso,
deixou de existir.
ela dorme mal
ela acorda sem nem piar.
mas como ela venceria,
se o rapaz não abre mais as mãos?
como eles resolveriam o problema,
se ele não dorme mais por perto?

ela agora está sozinha
e não vai mudar isso.
nada de outros rapazes,
ou outros pássaros.

ela agora está voando baixo,
piando pouco,
sem cantar nunca,
e apavorada,
de reviver o que o rapaz,
não desistiu no princípio
nem no meio
mas no fim.
essa solidão,
dói mais que o problema
que ele, mesmo sem saber,
conseguiu enfim curar.

ela só queria voltar a cantar.
só queria voltar a voar.

6.5.10

eu meto medo

não. você não conhece
nem a metade do que eu sou
então não se apresse.
eu não tô te enviando sinais
pra que você possa ler meus atos
eu não tô te dando premissas
pra que você tire as suas conclusões.
se não entendeu, me pergunte
se não gostou, se expresse
se te magoou, me conte
eu não sou tão difícil de entender.
a questão é que eu meto medo
eu te apavoro, eu assusto
e eu até gosto.
é aquela sensação de controle
ou simplesmente de esconder...
esconder a raiva na piada
a felicidade no descaso
a ansiedade em chocolates.
e eu só te meto medo
porque você não conhece
nem a metade do que eu sou
eu só mudo de forma
porque essa é a minha forma
e eu aprendi coisas novas!
aprendi a ser eu
aprendi a gritar, a bater
a desistir, a ignorar
e aprendi a reconsiderar.
nada vale tão a pena
que se você der outra olhada,
continue valendo...
nada vale tão pouco
que se você der uma olhada
não valha o esforço.
fico feliz de saber
que você vai usar essas palavras
da maneira que bem entender.
só não esqueça que isso é pra você
e você e você e você e você...
então a todos vocês, meu muito obrigada
eu fui mais na metade que você quis ver
do que em toda a totalidade que eu
quis (e consegui!) te conhecer

prever nem é tão difícil assim
pode generalizar

1.5.10

as páginas dos dias (bipolares)

eu aprecio as linhas não escritas. inspiram o desejo de uma boa ideia em uma letra legível. o mesmo acontece com as manhãs de outro e mais um dia. quando minhas pupilas estão dilatadas demais, eu tenho nojo das páginas brancas. instigam a inércia de um medo paralisante em uma preguiça impaciente. o mesmo acontece quando finda o silêncio noturno e os irritantes primeiros raios de sol tentam inutilmente provocar a reação de contração nas pequenas esferas negras disfarçadas pela minha íris. o meio é sempre renovador. ele reflete o bom começo e incentiva um esforço para continuar. essas são tardes. frescas e promissoras. mas o meio também me derruba se o começo não é brilhante. costumo rasgar tudo, a folha e o dia, ou tentar o remendo. o problema dos remendos é que são sempre muito incertos. talvez imprevisíveis. daí eu precebo as linhas acabando e sinto alívio e desespero. bendita hora em que o que amanheceu mal, terminou, mas... o que fazer da noite? eu gosto do desgaste de um trabalho bem feito. eu me orgulho da atenção na escolha de cada palavra. linda noite. eu aprecio o dia bem escrito. já é noite, não usei muitos remendos e olhando agora, não. não vou rasgar o dia. ou a folha.

(escrito numa folha de um caderno de anotações qualquer)

24.3.10

o trato

pra toda e qualquer vez que se sentir cansado,
ou quem sabe inseguro, temendo por nós.
eu fiz um trato com o céu e a sua parte, uma:
suba as escadas.
quando notar as estrelas e der por falta da lua
você vai lembrar de uma noite em especial
sorria e me ligue correndo, aliviado
me conte de um susto que teve,
e passou.

9.11.09

o poema da rua sem saída

quando é que para de doer?
como superar a única coisa
que você sempre soube que não suportaria?
onde abandonar a traição
com toda a confiança destruída?
eu não ganho.
tá errado o nome do jogo.
eu não ganho de forma alguma.
o preço das escolhas que eu fiz
foi esquecer quem sou.
hoje ando no escuro se estiver por mim mesma
me perdi de mim.
e perdi a inocência.
perdi a esperança.
perdi.
perdi muita coisa.
o que ganhei foi um latejar que não passa.
e o que posso escolher é como conviver com ele...
vale a pena salvar um coração em troca do próprio?
não sei.
mas pra mim não valia deixá-lo morrer.
para o quando, a resposta é nunca.
para o como, não há fórmula.
para o onde, esse é um lugar inexistente.
há uma estranha em mim e o que eu fui.
reconheço justo em quem nos partiu nessas duas
aquela 'meninazinha dos olhos verdes'
mas ela já não mora mais em mim.
alugou nova casa!
ironicamente alguém aprendeu e eu desaprendi.
esse foi o preço das escolhas que eu fiz.
e a escolha que eu faço agora
é conviver com a dor,
e viver com a recordação de mim
toda vez que visito o tal novo hospedeiro.
no fim... se ele ganhou...
de alguma forma eu não devo ter perdido tudo.
afinal, não fui eu mesma que decidi pagar?
agora não há mais nada a perder

21.9.09

a luz dos cacos meus

meia dúzia de crianças
justificam o sábado cinzento?
sair para um parque vazio
justifica os calafrios do dia?
isso é só mais uma justificativa
para uma inversão de desculpas?
é como uma frase extravagante
para uma roupa curta?
ou um look de verão
para uma expressão incisiva?
isso é só mais uma versão
para adesões trocadas?
eu conto uma, duas, três,
quatro, cinco, seis questões.
são as faces do topo.
essa agora é só aquela parte
em que o que estava indo
de repente começa a vir.
e toma outro sentido...
outra direção.
daí a gente desce...
vai tudo explodir nas tais:
"um milhão de cores"?
ou engulo uma pílula dizendo
isso vai "no meu corsel"?
alguém consegue mesmo decifrar
"o meu olhar, meu sim, meu talvez"?
maravilhada com as cores foi isso.
eu só vim "até aqui" e o resto?
exausta? estive há muito,
mas e "a bomba"?
explodiu enquanto descarregava
versos de um "se for pra você"?
sorrio.
e penso que tanto faz
sele as cores e a fragilidade
e deixe tudo longe de mim.
pela utopia de uma cidade maravilhosa
eu talvez quebre tudo.
e talvez ninguém goste dos cacos.
ninguém vê como eles brilham mesmo...

9.7.09

o furo

o óculos escuro, por estar sem dormir
a maquiagem pesada externa o peso
a roupa extragavante engana. é luto.
luto, por algo que se foi...
luto? talvez me entregue.
me entregue a algo que se foi...
talvez vá junto.
se não deixo de ser solitária,
não me deixo ser sozinha também.
enquanto um não está ao meu alcance,
não fico sozinha no frio.
o frio aliás é excelente pretexto.
mas o aquecimento global não é bom.
é por causa do furo.
na camada. de ozônio...
que furo!
deixar um espaço pra destruição.
destruição de si mesma
ou das coisas ao redor.
não recomendo. cuidado!
é o de sempre. nada em excesso é bom.
e meus excessos, renderam um furo...
e me deixaram vulnerável.
agora é, se entopir de protetor,
e não se permitir, pegar nem uma corzinha?
gargalho. quanta ironia.
não! eu saio ao sol!
eu sou de muitas cores agora!
não me deixo sozinha, entende?
e quanto a solidão?
não tem importância.
eu já nem choro mais...
mas se num dia de sol,
ou quem sabe de chuva,
encontrar o que faça, a solidão ter fim...
não vou exceder de novo...
não vou dar mais furos e vai ser legal.
vai dar pra pegar sol até sem protetor solar.
mas o óculos escuro, é por estar sem dormir...

você ainda precisa saber

você demora a entender o que é valor.
e demora a entender o tamanho do seu.
você custa a descobrir como é o amor.
e custa a descobrir que nunca vai saber.

você precisa encontrar alguém
pra quem olhe e diga:
"uau! é tudo que eu preciso.
assim dá pra encarar o mundo."
e você precisa encontrar alguém
que te olhe e diga:
"uau! é tudo que eu queria
assim enfrento qualquer coisa."

é contar com a sorte eu sei.
pra isso tudo acontecer.
e além disso, você ainda precisa saber...
saber dizer todas as pequenas coisas
aquelas que ficam enormes
depois de um tempo sem serem ditas.
você ainda precisa saber...
saber ceder, mas só até aquele ponto
em que você não vá surtar
e praguejar por ter cedido.
você ainda precisa saber...
saber reconhecer as mudanças
todas as pequenas e grandes
que o outro faz pra agradar você.

você ainda precisa saber
que mesmo sabendo tudo isso
não vai funcionar sem Deus.
é uma união de três pontas
onde quanto mais duas delas
estiverem perto da terceira,
mais perto estarão então
uma da outra.

e isso tudo,
você,
ainda precisa saber.

estúpida

me magoei e chorei...
não até o limite.
fui pra bem longe...
não longe o suficiente.
decidi te apagar...
não o bastante.
criei novas paixões...
menos do que podia.
sinto ter sido estúpida...
e isso foi até o limite,
o suficiente, o bastante
e mais do que podia...
estúpida.
tola garota.

18.6.09

adeus

eu não falo baixo
eu não tenho modos
eu nunca acreditei
em alguém mau de fato.
eu não sou brilhante
eu não sou bonita
eu nunca julguei
também ter um limite.

e hoje...

eu não tenho controle
eu só sinto cansaço
eu não me lembro mais
nem do que eu faço
eu não sou mais útil
se tão pouco ajudo
eu não consigo mais
pensar, falar, mostrar.

é isso...

um amigo disse de 'passárgada'
eu ouvi em algum lugar 'casinha'
poderia até solfejar em 'pulsos'
mas então um não chega
e em outro eu não posso
e no último eu não faço o estilo...
só me resta me despedir
e emprestar do Sérgio:

(estou enlouquecendo à velocidade do pensamento...)

22.5.09

pedi isso à alguém

pode descansar criança...
eu dormi por dias
vou vigiar por você agora.
quando você levantar,
talvez não me veja aqui
mas eu garanto
que em todas as horas
nada vai chegar perto de ti.
eu pedi isso à alguém
que sabe quem é você.
assim, nunca vou te deixar
vou segurar sua mão enquanto eu viver
segure meu coração se eu for antes de você.

21.5.09

falha

sem você não consigo compor mais que uma linha

14.5.09

vazio

não tem terra no chão
não tem verso ou canção
não tem mais poesia
só um vazio, vazio

não tem fé ou ilusão
não tem voz da razão
não tem mais companhia
só um vazio, vazio

Vazio que corre, que enche, que anda
Vazio que morre, que nasce, e não canta

vazio igual a um rio
que não tem mais água
vazio igual ao vazio
que esvazia a alma

2.5.09

pergunta sempre tem resposta

luz apagada? hora de dormir.
sozinha? nem mais um passo.
tá machucando? faço o curativo.
detesto dor? paro de arriscar.
cheguei da rua? não vou sair.
deduzi mal? esperei errado.
medo da queda? tranquei a porta.
me encontrar? quebra a janela.
decisões? dei meu melhor.
meus riscos? todos que vi.
último deles? sua vez.

28.4.09

quando eu morrer queime meu corpo

para aqueles que não desistiram de mim,
que estiveram, sem querer nada além de estar...
a esses eu permito de bom grado uma canção.
podem cantar que eu mudei, mudei, mudei
e no último refrão digam que eu amei.
digam que só muito perto
pra entender as mudanças...
e que mais perto ainda
pra sentir o amor.
estes já sabem que eu não gostaria de mais nada.
mas para aqueles que preferiram partir
digo o que menos quero:
não cantem, não falem meu nome.
não me tragam orquídeas ou rosas.
não vistam preto, não chorem.
o tempo pra cantar de mim, pra me conquistar com flores
pra se entristecer por mim, pra chorar comigo...
esse tempo já passou
e se algum dos que partiram,
por dor, ou desapego,
quiser poupar os que me importam,
poupar aqueles que não desistiram...
quando eu morrer... queime meu corpo.

26.4.09

o dilema das asas

respira garota, respira...
você nunca caiu.
pensa cara, pensa...
você não quer fazê-la cair.
talvez seja possível dar certo menina.
talvez ela sinta o mesmo que você rapaz...
e além do medo da queda,
ela tem medo de que dessa vez seja diferente.
e também medo de que aconteça tudo de novo.
mas ela não vai fugir.
ela vai ficar bem aqui...

eu vou ficar bem aqui.

24.4.09

a bailarina descalça

de todas as coisas
ela foi a única que não ficou no lugar
de todas as peças
ela foi aquela que não encaixou
de todo o lixo
ela foi a parte que recicla
ela é aquilo que voltou à moda
ela se torna o que muitos comprariam
mas ela não olha pro lado
ela não olha pra baixo
ela não escuta os pedidos
ela não escuta as propostas
ela não fala pra ter atenção
ela não fala pra convencer
ela só fecha os olhos
e canta qualquer coisa pra dançar
ela é como um
"Adeus amigos, vou para a glória"

22.4.09

sinônimo

sinônimo?
é quando você levanta a sombrancelha e olha pro lado
porque tá irritado com o que acabou de ouvir...
é quando você você me cutuca
só pra chamar atenção...
é quando você explica alguma coisa
com ar de quem sabe o que diz...
é quando você me olha sem entender
querendo saber do que é que eu to rindo...
é quando você ri comigo
mesmo sem saber o por que...
é quando você fica bravo
por não saber o por que...
é quando você me abraça
e não solta...
é quando você me deixa confusa
porque eu sou confusa pra você...
é quando você segura a minha mão
e cruza os dedos nos meus...
é quando você deita perto
e encosta o rosto em mim...
é quando você fica calado
e acaricia a minha pele ...
e é quando você me diz
tudo o que não disse a ninguém...
esses são os meus motivos
e o sinônimo deles é amar você.

20.4.09

23 linhas

há pelo menos uma coisa que não podemos negar.
estou me tornando cada vez mais você e você, eu.
lembro de você dizendo que era pelo filme em si e não pelo final.
e eu que nunca suportei finais tristes, hoje até reconsidero.
imagino: e se houve um enredo feliz?
agora vem você dizer, que só se aproveita um filme uma vez
um final de poucos minutos não reduz um filme à uma única vez!
acho que se os mocinhos já soubessem o final
e também soubessem tudo que teriam que passar;
só pra que estivessem juntos...
ainda que não fosse até o final.
acho que ainda assim
cumpririam o script à rigor.
durante todas as cenas
são inúmeros os detalhes,
excelentes as risadas,
e lágrimas tão sentidas...
(nos que possuem protagonistas de verdade, claro.
existe sempre uma boa dúzia que não entende o peso
ou até a responsabilidade que acompanha um papel.)
a questão é que aí,
o final é só o resultado de uma série.
uma série de pequenas e grandes escolhas, e sim.
um bom tanto de "acaso"
(é que eu não acredito em acaso.
pra mim, é tudo coisa do roteirista)
então... só relembrando:
você acreditava em enredos. eu acreditava em finais.
mas a gente devia mesmo era acreditar nas tantas escolhas
já que "acaso" é "acaso".
e eu deixei de falar de filmes há 23 linhas.

17.4.09

aos pedaços

um pedacinho aqui.
o outro logo ali.
oi amigo! olha onde pisa
tem um pedaço meu aí também.
não, não precisa parar.
só dê a volta por favor.
alguém tem um tubo de cola aí?
ou qualquer tipo de fita...
há quanto tempo pai! bom te ver
até a próxima, se Deus quiser
opa, cuidado! não esmague
eu já to quebrada aqui!
juntar, colar, remendar
encaixar, ajustar e pronto!
até mais mãe! a gente se vê
já pareço novinha!
ciranda, correndo, rodando
subindo, virando, descendo
um mosaico, um quebra-cabeça
um frankenstein ou cubo mágico
desculpe a aparência. oi amor.
perdoe a inconveniência
estive espalhada por todo lado
mas já vou melhorar. não olhe

15.4.09

todo o mundo

e então o amor.
todo mundo fica igual
tentando ser diferente de todomundo.
todo mundo se diz forte e fechado
decidido e no controle.
isso, pra todo mundo ser diferente
de todo-mundo que é todomundo.
todomundo que é frágil e sonha
que é inseguro e não tá no controle.
esses que só desejariam estar no controle,
se fosse pra controlar com mais alguém.
eu agora quero ser todomundo.
todomundo mesmo!
quero promessas de amor eterno
minhas flores preferidas numa ocasião que precise.
loucuras, riscos e exageros
quero ficar vermelha
dormir sorrindo por relembrar o dia!
quero demonstrações em todo lugar
quero abraços de braços que não me soltem
enquanto eu não soltar.
quero beijos que tirem o ar
que me façam querer chorar de felicidade
que me aqueçam num dia frio.
quero ser todomundo
e largar a capa fria e aparentemente insensível
de ser todo mundo que fica igual.
esse todo mundo que tenta ser diferente,
acaba de alguma forma sempre separado.
eu não quero ser nada.
eu quero só ser todomundo.
todomundo que de alguma forma ficou junto no final.
todomundo é o final de todo mundo
e esse é sem dúvida o melhor começo!